Ao pé da porta. Coração ausente.
Vens, o preenchas de emoção antiga.
De sorrisos singelos.
Já não corro mais como outrora.
Vens, trazendo a aurora que esperei.
Entrego-te os meus braços enfraquecidos, por tanta espera.
Não suporto toda esta romaria exaustiva.
Me perdi em meio aos meus próprios excessos. O que é o excesso?
Escreverei a ti cartas de tinta-sangue.
À luz apagada.
Então, sou eu.
De armários vazios, esperando.
Traz-me o acalento à alma perturbada.
Meus pulsos, as horas.
Meus olhos opacos.
O silêncio.
Em minha espera solitária.
Espero por quem não me vem.
Me perdendo ao todo, em meio.
Em minha alcova, ao meu pensamento fixo.
Ao imaginar desesperado, entregue.
Meus desejos parecem tão pequenos aos que me cercam.
A eles, ao seu parecer, me contento com o pouco.
Mas, é no pouco que sou forte, é neste que torno-me muito.
Desejo a vida, vida.
Sou apenas um homem, em sua pequenez.
Se pareço uma insignificância, que perdoem-me.
Se minhas palavras vos cansam. É um defeito meu.
Não se iluda com meu meio sorriso, ele não diz muita coisa
Há coisas que nem em minha própria boca eu sei dizer.
É a minha simplicidade de existir.
Seria eu, uma invenção de um ego ferido?
Pago com lágrimas por suas suposições.
São meras suposições. Estariam longe de mim?
Ao redor do mundo que é o meu infinito?
Ou distante, em outros ares onde não respiro?
Meus significados estão perdidos.
Serei sempre assim. Um mistério em sua plenitude.
Onde nunca se jaz o fim.
Por: Rafael Gomes Oliveira