Entregue-se.
Permitas que chegue, invada a sua vida tão imprecisa.
É uma incerteza.
Choro dos Céus.
Incógnita não possuidora de enigma algum.
Infinito de gotas.
Ouça à janela de vidro detalhado, cravejado pelo falar adocicado.
Harmonia dos mundos.
Gritando todo o silêncio mortal, desesperador.
Sinta o derramar.
Pernoite em seu véu, envolvente.
Ouço o meu nome, Chuva.
Impacientemente aguardava a sua chegada.
Apenas me restou, chuva.
Ventos passaram, foram-se.
O sol não mais existiria.
Desesperadamente aguardava a sua chegada.
Chuva.
Ouço o tinir.
Choro por não ser um sábio de palavras.
Sou condolente pelo universo, sem brilho.
Sufoco por não sair de mim.
Não me contenho.
A canção da chuva.
Toques para que mantenhas-me vivo.
Lanço mão das palavras e desse falso brilho.
Venham os tempos.
Pois guardo aqui comigo todo o mover da chuva.
Mover.
Chover.
Crescer.