
Só me restaram palavras.
Todos os rios correram por aqui.
O relógio do mundo atrasou.
Os nossos momentos produziram um arco sem cores.
Nas tardes vivas, te sentia mais próximo.
Estás perto e longe.
Pareço um caminho sem volta.
Pareces um mar sem ondas.
Ainda sinto aroma de vida, em meio às cinzas.
Te vejo forte e sorridente em meio à lama.
Me sinto sem vigor.
A solitária solidão assusta-me por completo.
A xícara transborda.
Não restam forças aqui dentro.
A complexidade de viver atrapalha e fere aos que sentem.
Dos que vagam pelas ruas, extraímos a coragem de fugirem das tolas fantasias.
Porque sempre soube que tudo tem fim.
Só não aprendi o que há depois que o fim vai embora.
Sempre nos falam que o começo vem antes do recomeço.
É impossível recomeçar o que não se começou.
Vozes são manifestações racionais de uma alma sem sentido.
A solidão é apavorante aos que não aprenderam a marchar desnudos de companhia.
Felizes os que aprendem a caminhar com suas próprias pernas.
Ainda existem os que procuram uma metade perdida.
Alegres são os que sonham com olhos abertos, pois não esquecem que são sonhos.
Um basta pode ser doloso, mas antecipa o não.
Prefiro ver o mar, antes que ele também vá embora.
Creio no que move-me além.
Devem-se seguir os trajetos que nos levam ao fim do arco.
Todos querem alcançar as nuvens, um dia.
Resta saber se elas nos querem por lá.
As vidas se interligam nos laços do tempo.
O amor, ficou aos que por nada mais se interessam.
O sentido aos que procuram o sentir.
Fechem os olhos.
São considerações, meras considerações.
É importante que saibais.
Antes de tudo o que faz sentido e que deve ser considerado.
Considera-te a ti mesmo.
Por: Rafael Gomes
mesmo sabendo que o que um considera, outro desconhece.
ResponderExcluirqueria conseguir sonhar de olho aberto. :D