
Eu fui e retornei, mas de nada lembro-me.
Vejo que esqueci alguns sentimentos nobres e frias emoções espalhadas por sobre a estrada.
Sinto algo novo, desconhecido até então.
Parece que me tornei um novo alguém.
Eu procuro paz, a mesma de sempre, mas, a guerra insistemente bate à porta.
Os sonhos, procuro, reviro os armários, sei que os guardei bem.
A essência da vida, escondi no nosso jardim dos fundos e isso era nosso segredo.
Os sorrisos, deixei aos que mereciam.
As lágrimas que correram, as enxuguei.
Os desejos sinceros e íntimos ofereço-te.
A solidão, ainda insiste em permanecer.
Um antigo alguém acordava-me todas as madrugadas.
Para falar-me que partiria sem prévios avisos, algum dia.
Contava-me os seus segredos mais belos, dos seus sonhos profundos, dos seus desejos sem sentido.
Inundava minha cama com suas lágrimas e irreversíveis pensamentos tolos.
Porém, esquecia que eu também era um alguém.
Gritava e sussurrava bobas palavras.
Eu as esqueci, as joguei por onde passei.
Cumpristes tuas promessas.
Abandonaste-me.
Um novo alguém sorriu para ti.
Deves seguir o que tens contigo.
Pois, eu comigo nada tenho.
Apenas um pouco de amor retido em um antigo e pequeno vidro.
Por: Rafael Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário