
Lá vai ela.
O filho nos ombros, o vaso de água nas frontes, a trouxa de roupa do lado.
Ela vai ao rio.
Vai lavar roupas, as pedras do rio são seu auxílio para o pesado trabalho.
Ao término, banha seu filho nas águas, enche seu vaso e regressa ao lar.
Ela tem a pele queimada pelo sol, mas tem a delicadeza de uma rosa.
É forte, determinada, destemida e corajosa, mas também é frágil.
Seu cheiro exala o puro perfurme das orquídeas mais raras.
Todos os dias ela enfrenta os perigos do Sertão, mas como uma boa mulher, os vence.
É filha da terra, tem bravura e amor ao seu chão.
Tem a sutileza e a paixão como companheiras e defensoras.
Ela adora ver a chuva caindo, regando o seu jardim sem flores.
Ela tem marcas da vida em seu rosto.
Mas ainda sim tem a força, que vem do interior dos filhos da sua terra.
Ela costumava pastar o gado, mas ele foi embora.
O cenário que a cerca é desolador,mas algo a move rumo a não sei bem o quê.
Não há metas concretas em seu trajeto, apenas sente que necessita sobreviver para cuidar do filho e lar.
Todos os dias varre a poeira seca e desgastante que invade a sua casa.
Tudo ali, parece vazio, quase não há vida, quase não há esperança.
Dentro dos seus mais íntimos desejos, a vida pulsa insistentemente.
Ela sabe que necessita recontinuar a trajetória.
E isso basta para que siga em frente.
E isso basta.
Por: Rafael Gomes
Não sabia que escevia tão bem... : O Parabéns!
ResponderExcluirUma delícia teu blog : D
Julio
Chorei Rafa, simplesmente não tenho vocabulário pra esse texto, calei-me!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa gostei muito do textoOo, simplesmente lindoOo!...
ResponderExcluirAmei o blog...
Show!...