quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Era dois de Dezembro

                                                                                            Foto: Mateus Lima


Estavam nos esperando para provar numa folha qualquer de papel se realmente éramos bons, ou se ao menos havíamos aprendido como fingir a ser.


Após uma longa noite de desesperadora ânsia.


A verdade que nos moveria seria libertadora.


Como? Como seria possível estar preso a uma folha de papel?


Sim, por vezes a folha de papel precisa falar mais do que nós mesmos.


E por vezes, a verdade esperada nem sempre é aquela que estava por ser dita.


Pois, o além das verdades, está bem além das palavras.


Embora, foi dia de aprovação!

Foi também dia de brigas, desavenças.

Brigas? desavenças?

Não. Desentendimentos!  Briga é feio...

Foi dia de morrer,
dia de nascer.
foi dia também de perder a identidade. Literalmente!

Parecia que era, como diz-se aqui no nordeste: "Dia de cão".

Mas quem que falou que se perder também não é se encontrar?

Perder, achar, não passa tudo de uma questão de óptica.

No fim, só depois de tudo, foi dia de alegria, de reconciliações.

As coisas boas não fogem a regra de virem sempre no fim das histórias mais bonitas.

Se cada dia nos traz uma nova lição, eis a de outrora:

O fim não tem fim.
O fim não vem depois do fim.
O fim começa sempre após o antigo recomeço, que nunca se espera que finde.
O que vem depois do fim?
O Recomeço.


Fez-se a insegurança,

fez-se o medo,

fizeram-se as intrigas,

fez-se o perdão.



Só então,



Fez-se três de dezembro.


Julio Cesar Cavalcanti e Rafael Gomes Oliveira

Série:  Dicotomia.



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