domingo, 12 de dezembro de 2010

Redoma





Seja eu
Seria eu
Éramos nós
Repentinamente.
Escrevendo, lastimando.
A Censura
Ele.
Não sendo amargo, contudo realista.
O néctar do bem da vida, apunhalando o seu bem-querer.
Em danças sorrateiras de segundos eternos, tão perenes, apreços.
Apreços cheios de recomeço, meios e fins.
Ou simplesmente, Nada.
Uma canção tocando na antiga vitrola, descompassada.
Tempos de doçura e rancor.
Consumindo-o sem licença, ou cor.
As Mãos.
 Procurando, caminhando.
Sem o toque, impalpáveis mãos.
O silêncio.
Cantando a canção estarrecedora, amor.
O amor aos mais fracos ofereço.
A vida,
Aos que por ela ainda gosto possuem.
Felicidade,
Aos que navegam pelos mares bravios, e saem a pés enxutos.
Aos sonhos,
Todo o feitor das nuvens alvas.
A mim.
Esperando o amanhecer de um dia em perfeição.
Horizontes do ser que é o meu.
Fomos.
Não mais.
Éramos, sim.
Um passado, nos meios, dos meios.
Um tudo em um final sem fim.
O eu a andar, um cessar.
A redoma, de vidro cristalino.
Um descanso.
A minha redoma, onde só assim me encontro.

Por: Rafael Gomes

4 comentários:

  1. Um pouco controverso se contarmos que ao passo que se fala Eu se tocando no Ele. Belo texto, bem compassado e dançante. Gosto de textos dançantes. Você é um bom escritor. Gosto.

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  2. Dá uma olhada no meu outro blog...http://euolho.wordpress.com/
    Bju

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  3. "Esperando o amanhecer de um dia em perfeição."
    Simplesmente magnífico, estou a espera desse amanhecer de um dia perfeito! Ótimo texto, :D

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  4. Há de endurecer, mas sem perder a brandura...

    Ótimo texto!

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