quinta-feira, 15 de abril de 2010

Proibido


Falam as más línguas que não sirvo pra você.
Sua família, que sou ilegal
Meu bem, sou proibido para ti.
Eles não aceitam o meu raro estilo de vida.
Sou boêmio, vivo e escrevo da noite.
Passo madrugadas inteiras debruçado sobre a antiga escrivaninha do meu avô.
A arrancar sentido de palavras vagas.
Eu vivo e morro dos meus ilusórios sentidos.
Sonho com o regresso das lembranças passadas.
Amanheço no boteco da esquina, comendo pão quente com manteiga e um copo de água gelada.
Não uso guarda-chuva nos dias de chuva.
Ando de suéter marfim no verão.
Abraço pessoas, mesmo sabendo que me apunhalarão adiante.
Me agrada escolher uma estrela nova todas as noites.
Eu não sou tudo o que és.
Eu sou do contra.
Minhas lágrimas estão presas nas linhas do tempo.
Os sorrisos, perdidos na imensidão do nada.
O meu jeito de amar é retrógrado.
Apanho as rosas do campo, com as mãos feridas.
Acordo sorrindo a dor da solidão.
Meu bem, parece que não sirvo.
Meu bem, eles falam que sou proibido.
Pois, eu vivo vivendo as frestas de vida que lhes escapam das mãos.

Por: Rafael Gomes

2 comentários:

  1. Rafa, eu também AMO escrever, é sempre um mundo novo saindo de dentro da gente. Muito bom conhecer suas escritas. Beijos.

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